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Notícia publicada em 12/12/2014 às 16:56 | Notícias
População prestigia Audiência Pública sobre Políticas Públicas para Pessoa Surda
Evento aconteceu no plenário da Câmara de Vereadores de Ji-Paraná

 

 

A Audiência Pública sobre Políticas Públicas para Pessoa Surda, de autoria da vereadora Márcia Regina (PT), foi realizada na noite da última quinta-feira (11), no plenário da Câmara de Vereadores de Ji-Paraná.

 

O evento foi interpretado pelos Tradutores Interpretes de Língua de Sinais (TILS) Nagila Bandeira, Marcelo Razula e Olga Maria. De acordo com Márcia Regina (PT), durante o evento foram tratados assuntos referentes ás Políticas Públicas para Pessoa Surda, visando promover o apoio da Casa de Leis a nobre iniciativa de membros da sociedade jiparanaense, sobretudo os familiares de pessoa surda que busca o atendimento ao direito educacional com a finalidade de promover a inclusão social. “Está Audiência Pública tem como objetivo colocar a sociedade a par da atual situação da pessoa surda, a sua realidade na cidade de Ji-Paraná e a continuidade dos estudos”, comentou Márcia Regina (PT).

 

O evento contou com a presença do presidente da Câmara, Nilton Cezar Rios (PSB), vereador Paulo Moura (PSB), que parabenizaram a vereadora pela realização deste importante evento e afirmaram que a Casa de Leis está à disposição para a integração social e benefícios da pessoa surda, Cristiane Mendonça, representando a secretaria municipal de Educação, Leiva Custódio, estudantes e população.

 

REALIDADE - O evento iniciou com a palestra sobre Diagnóstico da Realidade Surda de Ji-Paraná, ministrada pela professora especialista da Unir, Roseane Ribas.

 

Segundo ela, no cenário nacional os dados demonstram que temos uma população de surdos de cerca de 9,7 milhões de brasileiros que possuem deficiência auditiva, o que representa 5,1% da população nacional. Disse ainda, que os dados mostram que deste total 2,1 milhões de pessoas possuem deficiência auditiva severa, dos quais 344,2 mil são surdas e 1,7 milhão de pessoas têm grande dificuldade de ouvir. “O cenário do Estado de Rondônia, segundo dados do IBGE de 2010, é o seguinte: surdos profundos- 1.724 e pessoas com grande dificuldade de ouvir 11.756.

 

Dados do último censo demográfico do IBGE revelam que a região Norte possui a maior população de surdos, com 21.628 e 4.142 ainda não foram alfabetizados”, informou Roseane Ribas.

 

SISTEMA EDUCACIONAL- Outro assunto abordado por Roseane Ribas foi sobre o sistema educacional, segundo dados do Ministério da Educação, Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas (Inep), Coordenadoria Regional de Ensino e Secretaria Municipal de Educação. Os dados do censo do IBGE apontam uma população de 178 pessoas surdas com mais de 10 anos de idade em Ji-Paraná, Governador Jorge Teixeira, Vale do Paraíso, Mirante da Serra, Alvorada do Oeste, Teixeirópolis, Presidente Médici, Jaru, Ouro Preto e Theobroma.

 

“Na Rede Estadual de Ji-Paraná tem 30 alunos surdos matriculados e três interpretes atuando, sendo que o necessário seriam nove interpretes; e na Rede Municipal 10 alunos matriculados”, informou a professora, ressaltando que é preciso intensificar as ações para que a comunidade surda tenha acesso a educação escolarizada.Em seguida, Tamires Barbosa, irmã de surda, comentou sobre as dificuldades de acesso a escola e a falta de interpretes.

 

Kléber do Nascimento, único professor surdo graduado no município, destacou as questões do ensino e a falta de organização nas escolas.

 

HABILITAÇÃO- Muitos participantes do evento comentaram sobre a dificuldade de tirar a Carteira Nacional de Habilitação e da falta de uma pessoa preparada para interpretar a prova no Detran.

 

Juliana Isabel (surda) falou que teve problema com o acesso ao Detran, que fez aula teórica e quando foi fazer a prova na sala de inclusão a interprete não tinha preparo e atrapalhou. “Espero que venham profissionais qualificados”, salientou.

 

PÚBLICO- Após os pronunciamentos, a plateia comentou sobre os problemas que sofre com a falta de interpretes nos bancos, nos consultórios médicos, entre outros problemas. “É um absurdo um banco não ter um intérprete”, afirmou um dos participantes. Cristiane Mendonça falou da falta de formação de intérprete e dos cursos da Secretaria Municipal de Educação. Nagila Bandeira comentou sobre o aprendizado da língua e do Plano da Unir em implantar um curso de Letras Libras. “Educacional tem uma características específica e os órgãos como podemos prever estes profissionais para eles? Poderia ser um projeto da administração municipal para ter um intérprete itinerante nos hospitais, Câmara, Polícias Militar e Civil, entre outros”, comentou. Marcelo Razula disse que querem que as instituições estejam prontas para formar o professor de libras. O surdo Ronaldo Veloso falou que tentou estudar no Senai, mas não conseguiu vaga por ser aluno do Ceeja. “Quero saber o porquê, que discriminação é esta? Isso é um preconceito”, disse Ronaldo Veloso.

 

ENCERRAMENTO– Os compromissos assumidos na Audiência Pública foram os seguintes: Constituir uma Comissão, que irá a Unir pedir para que tenha o curso de Letras Libras; Levar os dados estatísticos na Semed e Coordenadoria Regional solicitando que aumentem a quantidade de intérpretes nas salas de aulas para que mais pessoas surdas tenham direito a educação; Verificar no Senai porque não estão aceitando alunos do Ceeja; Analisar a possibilidade da Câmara contratar um intérprete; Pedir para ao Detran que disponibilize um intérprete exclusivo para Ji-Paraná; Solicitar para a administração municipal que elabore um projeto visando formar uma equipe de interpretes itinerantes; e Conversar com a Câmara Federal para analisar a possibilidade da mudança do ícone que representa o surdo na CNH.

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