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Notícia publicada em 08/03/2016 às 02:31 | Ponto & Virgula
Porque, afinal, não falamos “cidadões”, “limãos” ou “artesães”?
Confira a coluna 'Ponto & Vírgula' do jornalista de Ji-Paraná Marcos Lock

 

 

As palavras terminadas em “ão” podem formar plural de três modos:  “ões”, “ãos” ou “ães”. Não há uma regra específica a ser seguida para se fazer este plural, pois pode variar entre os três e dependerá unicamente da origem da palavra, ou seja, de sua etimologia. Bom, vamos começar esta conversa do começo.

 

A maioria dos substantivos e adjetivos que terminam em “ão” faz o plural em “ões”. Vejamos: balão – balões; botão – botões; cordão – cordões; estação – estações; limão – limões; paixão – paixões; visão – visões; e razão – razões.

Porém, quando a terminação “ão” recaí sob a sílaba átona sem tonicidade, pronunciada mais fracamente, o plural se forma acrescentando-se o “s” no final. É o caso de bênção – bênçãos; órgão – órgãos; e sótão – sótãos. Observe que as palavras acima são paroxítonas, mas entre algumas oxítonas, monossílabas ou não, acontece o mesmo: mão –mãos; chão – chãos; grão-grãos;  irmão –irmãos; e artesão-artesãos.

São poucos vocábulos que têm seu plural em “ães”: alemão- alemães; cão – cães; capitão – capitães; charlatão – charlatães; escrivão – escrivães; guardião – guardiães; pão – pães; sacristão – sacristães; e tabelião – tabeliães

Outras palavras, no entanto, só para confundir, aceitam duas ou até três formas de se fazer o plural: alazão - alazães e alazões; aldeão – aldeões, aldeãos e aldeães;  anão – anões e anãos; ancião – anciãos, anciães e anciões;  ermitão – ermitãos, ermitães e ermitões;  guardião - guardiães e guardiões; sacristão -sacristães e sacristãos; sultão – sultões, sultãos e sultães; verão – verões e verãos; vilão – vilãos e vilões e  zangão – zangões e zangãos.

CASO PARTICULAR

 

Vamos analisar este caso em especial. Logicamente, o plural de corrimão seria apenas corrimãos, porque esta palavra é formada de correr+mão. Mas vulgarizou-se o plural corrimões por duas razões: 1) Porque se perdeu bastante a noção de que em corrimão entra o elemento mão, cujo plural é mãos; 2) Por outro lado, porque há a velha tendência para fazermos em “ões” o plural das palavras terminadas em “ão”. Conclusão: temos então as duas formas aceitas no idioma português: corrimãos e o plural corrimões; mas este último é o mais corrente.

 

Então, caros amigos desta coluna, para saber tudo isso que foi dito acima, sugiro que passemos da teoria à prática, ou seja, levemos estes termos para o nosso dia, que é a melhor maneira de aprendê-los! Afinal, a língua se consagra pelo uso.

 

Até a próxima questão, amigos!

 

E-mails para esta coluna devem ser enviados para colunapontoevirgula@gmail.com.

(*) Marcos Lock é Jornalista profissional, professor universitário e graduando do curso de
Licenciatura em Língua Portuguesa e suas Literaturas, da Universidade Aberta do Brasil/UNIR
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