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Notícia publicada em 03/10/2018 às 09:11 | Notícias
Uma lendária ferrovia que se transformou na capital de Rondônia

 

 

Porto Velho teve início com a construção da Ferrovia Madeira-Mamoré (EFMM), de 1907 a 1912. Na época foi formada uma pequena vila que passou a ser distrito de Humaitá, no Amazonas. A vila cresceu e foi transformada em município no dia 2 de outubro de 1914.

Conforme o historiador Anísio Gorayeb, era a terceira tentativa de fazer ferrovia, que tinha à frente o magnata norte-americano Percival Farquhar. Com o início das obras, surge em volta algumas residências, que logo se transformam no primeiro bairro da cidade, o Triângulo. A população cresce e dá origem o que seria futuramente a capital de Rondônia.

“O interessante que essa cidade surgiu com hábitos americanos. As pessoas não têm noção disso, mas Porto Velho era quase que uma província americana. A concessão para construir a ferrovia era dos americanos, as primeiras ruas foram feitas pelos americanos, os casarões. O idioma prenominante da cidade era o inglês, documentação da ferrovia construída com capital americano e britânico também era tudo em inglês. O primeiro jornal impresso em Porto Velho chamava-se The Porto Velho Times, todo em inglês, impresso em 1909”, afirma o historiador.

 

Porto Velho continuava distrito de Humaitá e ninguém incomodava os americanos por aqui. Eles faziam o que bem queriam porque se consideravam os donos da cidade. Até que Jonathas de Freitas Pedrosa, médico militar e governador do Amazonas sancionou a lei 757 de 2 de outubro de 1914, criando o Município de Porto Velho.

1º Prefeito

O primeiro prefeito da cidade, que à época era chamado de superintendente, foi o major do Exército Fernando Guapindaia de Souza Brejense, nomeado em 24 de dezembro de 1914 por Jonathas Pedrosa. Esse major impôs um certo respeito, mas para que não houvesse conflito de poderes, Porto Velho foi dividido em dois territórios, um brasileiro e outro americano. A rua que fazia a divisória era a avenida Presidente Dutra, onde havia uma cerca que dividia os dois lados.

“Da Presidente Dutra até a margem do rio Madeira era território de domínio americano. Quem mandava ali eram os diretores da Madeira-Mamoré, os americanos. Da Presidente Dutra sentido Leste era o lado brasileiro, onde o prefeito tinha autoridade. Essa cerca perdurou por 16 anos, de 1915 até 1931”, quando foi nomeado o primeiro diretor brasileiro da ferrovia”, declara Gorayeb.

 


Americanos saem

Com a recessão americana, a ferrovia enfrentava dificuldades. Foi quando o presidente da República, Getúlio Vargas, nomeou em 10 de julho de 1931, o primeiro diretor brasileiro da EFMM, o tenente do Exército Aluízio Pinheiro Ferreira. Com isso, os americanos e ingleses se afastaram, foi retirada a cerca construída na avenida Presidente Dutra e a a cidade passou a progredir ainda mais, tornando-se um território só, mas ainda ligada ao Amazonas.

“Ficamos como município do Amazonas de 1914, data da sua criação, até 1943 quando foi criado o Território Federal do Guaporé e Porto Velho então passa a ser a capital. Nós passamos a ser um braço da União”, concluiu Anísio Gorayeb.

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