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Notícia publicada em 12/12/2018 às 16:15 | Economia
Um século depois, Rondônia voltará a exportar borracha e Irã é o principal cliente

 

 

*Por Montezuma Cruz

 

Quase um século depois do final do ciclo da borracha, a Amazônia terá chance de resgatar a exploração de seringueiras nativas e novamente exportar látex natural.

 

“Na próxima sexta-feira, a Mesa da Irmandade se reúne das 9h ao meio-dia, no Palácio Rio Madeira, em Porto Velho, para debater o potencial de oferta de cada interessado”, anunciou hoje (12) o secretário subchefe da Casa Civil do Governo de Rondônia, Hélder Risler de Oliveira.

 

dade de borracha e manifestou disposição de adquirir 400 toneladas/mês. A reunião mobilizará representantes comerciais de Rondônia, Acre, sul do Amazonas, e das regiões do Beni e Pando, na Bolívia.

 

Com embargo dos Estados Unidos para adquirir látex artificial, o Irã optou pela compra do látex de seringais nativos. Há um mês, uma delegação daquele país visitou Rondônia, expondo a vontade de importar.

 

O Instituto de Economia Agrícola de São Paulo informa que em outubro, a cotação do quilo do látex coagulado era R$ 2,34.

 

“Sozinha, Rondônia não tem capacidade de formar o estoque exigido por iranianos, mas a Mesa da Irmandade formará parcerias com os vizinhos”, explicou Hélder Risler.

 

Ele acredita na possibilidade de haver novo boom no setor, a partir das primeiras exportações, pelo porto organizado de Porto Velho: “Ainda temos imensos seringais nativos aí, fazendo sombra, dando lucro ambiental, mas eles, os donos, não fazem uso econômico, quem sabe seja esse o novo ciclo da borracha na região”.

 

Um negócio puxa outro, analisa o subchefe da Casa Civil: “Na recente visita dos iranianos, a delegação empresarial manifestou interesse em adquirir 5 mil toneladas de carne bovina/mês a partir de fevereiro de 2019. Então, frigoríficos com certificação internacional para o abate animal poderão expandir mercados”.

 

Para Hélder Risler, a abertura de oportunidades de negócios com países estrangeiros ampliou-se nos últimos anos, desde as primeiras intervenções do então vice-governador Daniel Pereira, em sucessivas visitas a embaixadas e a países dispostos a comprar produtos rondonienses ou a investir no estado.

 

CICLO DA BORRACHA


O Ciclo da Borracha corresponde ao período da história brasileira em que a extração e comercialização de látex para produção da borracha foram atividades basilares da economia. De fato, ocorreram na região central da floresta amazônica, entre os anos de 1879 e 1912, revigorando-se por pouco tempo entre 1942 e 1945.

 

Nesse período, conhecido como Belle Époque Amazônica que vai de 1890 a 1920, cidades como Manaus, Porto Velho e Belém, tornaram-se as capitais brasileiras mais desenvolvidas, com eletricidade, sistema de água encanada e esgotos, museus e cinemas, construídos sob influência europeia.

 

Contudo, os dois períodos de ciclos da borracha acabaram de maneira repentina, o que se agravou pela falta de políticas públicas para desenvolvimento da região. [Do site Toda Matéria]

 

Hélder Risler, secretário subchefe da Casa Civil

 

IRÃ EM NÚMEROS


► É a 49º maior economia de exportação no mundo. Em 2016, exportou US$ 40,6 bilhões e importou US$ 54,2 bilhões, resultando em um saldo comercial positivo de US$ 13,6 bilhões. Em 2016, o PIB do Irã foi de US$ 418 bilhões e seu PIB per capita [por cabeça] foi de US$ 19,9 mil.


► Principais exportações: Crude Petroleum ($25,7 bilhões), polímeros de etileno ($2,42 bi), petrolíferos refinados ($1,35 bi), álcoois acíclicos ($1,18 bi) e outros nuts ($764 milhões), usando o 1992 revisão da classificação HS (Sistema Harmonizado). Principais importações: carros ($3,18 bi), peças de veículos ($1,53 bi), ouro ($1,35 bi), fios de filamentos sintéticos tecido woven ($1,15 bi) e joias ($1,02 bi).


► Principais destinos de exportação: China ($13,4 bi), a Índia ($7,51 bi), a Coreia do Sul ($4,16 bi), o Japão ($2,97 bi) e a França ($1,39 bi). As origens de importação de topo são: China ($16,4 bi), Emirados Árabes Unidos ($8,81 bi), Turquia ($4,92 bi), a Coreia do Sul ($3,72 bi) e a Alemanha ($2,78 bi). [Dados do Observatory of Economic Complexitys]

 

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