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Notícia publicada em 19/08/2022 às 09:17 | Notícias
Eleições: convencer ou manipular?
Confira o artigo do jornalista de Ji-Paraná Fernando Pereira

 

 

 

*Por Fernando Pereira, Jornalista, Mercadólogo e mestrando em Ciências Políticas

 

Existe uma diferença bastante clara entre convencer uma pessoa e manipulá-la. Para vender refrigerante , a empresa não vai fazer uma comunicação sobre a relevância do produto pra que as pessoas, de forma consciente, comprem e façam uso. O lema não remete à saúde, e sim à “felicidade”, e aí trabalha-se com alguma história que envolva família, amigos, alegria, Papai Noel e etc. ou seja, eles precisam manipular a emoção para conduzir a pessoa a uma decisão de consumo do produto. 

 

Normalmente quando se precisa apelar para o aguçar de alguma emoção para que haja consumo, é porque o produto não é tão bom ou salutar assim.

 

Observando as primeiras campanhas eleitorais, já se pode notar que a tônica de tentar manipular as pessoas ao invés de convencê-las com proposições racionais vai ter mais um capítulo neste pleito de 2022.

 

Mas fico a me perguntar: a manipulação das emoções para se conseguir a decisão do voto das pessoas é só uma estratégia mal intensionada ou é por que só se consegue comunicar com os eleitores através deste artifício rasteiro? 

 

Quem já leu o livro “Raizes do Brasil” (1936) de Sérgio Buarque de Holanda, deparou-se com o conceito de “O Homem Cordial” que o historiador e sociólogo usa para descrever o brasileiro em geral. Tal conceito elucida esse nosso comportamento pautado pelas emoções. E isto é visto no dia a dia de nossas vidas e, sobretudo, na nossa produção artística, em especial a músical, cujas canções que mais ganham popularidade não são aquelas que nos levam à reflexão e sim ao extravaso ou desabafo emocional representado. 

 

Enquanto formos cordiais/mais coração, estaremos sujeitos a um nível baixo de qualidade de propagandas eleitorais, cuja finalidade seria exclusivamente para apresentar o candidato e, sobretudo, o que ele propõe ao país ou ao estado, caso seja eleito. 

 

Enquanto não iniciarmos uma busca por expandir nossa consciência e a operar bem mais pela razão, vamos ver eleições sendo decididas pelo medo e por discursos que nos fazem acreditar em “mito” ou em  “pai dos pobres”. 

 

Enquanto o brasileiro não se enxergar como protagonista da sua história e, no conjunto, da história coletiva, assistiremos peças teatrais ao invés de discussões sérias e aprofundadas sobre problemas que afetam áreas como saúde, educação, infraestrutura, segurança etc. 

 

Não seja apenas um ser emocional que vota. Seja um ser que, antes de votar, pensa. E votar consciente não é votar sabendo o que está fazendo, e sim o porquê está fazendo e quais as implicações disso. Não se permita ser manipulado, questione pare ser convencido.

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