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Notícia publicada em 17/08/2015 às 13:55 | Notícias
De território pobre a Rondônia rica
O Território do Guaporé foi transformado em Território Federal de Rondônia em 1956

 

 

Getúlio Vargas e sua filha Alzira incentivadores da criação do território do Guaporé

Por José Luiz

 

No próximo dia 13 de setembro completa-se 72 anos que o ex-presidente Getúlio Vargas, em 1943 assinou o Decreto-Lei nº 5812/54 criando o Território do Guaporé, com uma extensão territorial de 237.576 quilômetros quadrados, uma referência ecológica, ao rio que separa o Brasil da Bolívia. Porém, no dia 24 de agosto se reverencia os 61 anos do suicídio deste ex-presidente que deixou belas páginas na História do Brasil.

 

O Território do Guaporé, em 1956 fora transformado em Território Federal de Rondônia, em homenagem ao sertanista e desbravador Marechal Cândido Rondon, que se tornou Estado em 1982. Rondônia descobriu sua vocação para o desenvolvimento a partir da década de 1970, quando o fluxo migratório incentivado pelo regime militar fez com que centenas de milhares de migrantes atraídos pelas terras oferecidas pelo Governo Federal implantaram diversos núcleos de colonização.


Alguém há de questionar, mas o que tem Getúlio Vargas, a ver com Rondônia? Muito! Pois foi a sua visão de estadista depois de conhecer em 1942 a área que hoje situa a capital do Estado e ter visto de perto a miséria que cercava a região Amazônica que ele decidiu minimizar a pobreza dos povos ribeirinhos separando este naco de terras férteis pertencentes aos Estados do Amazonas e Mato Grosso.

 

Naquela época o povo desta região consumia carne de bovinos ossudos e contaminados pela febre aftosa que vinham da Bolívia, transportados em barcos pela deficiência de estradas e infraestrutura. Além do mais não existiam lavouras de subsistência e a região era dependente da extração da borracha e castanha do Pará.

 

Cresceu acelerado


É complicado escrever sobre Rondônia, sem lembrar o líder político que se preocupava com os brasileiros ricos e pobres, brancos e negros. Sem medo de errar a história revela que da década de 70 até os dias atuais, os bovinos feios a mal tratados que vinham da Bolívia cederam vaga para uma pecuária que nos últimos doze anos cresceu 190%, levando Rondônia a ocupar com mais de 12 milhões de cabeças de bovinos o 7º lugar efetivo no ranking dos melhores rebanhos do Brasil.

 

Getúlio Vargas, é verdade, não ajudou a criar bovinos, nem incentivou o plantio de soja, milho e a produção de peixes em Rondônia. Todavia, foi o visionário que naqueles tempos conturbados entendeu que para integrar o Sul com o Norte era necessário criar unidades federativas. Isso ele fez!

 

Na atualidade, a pecuária de corte rondoniense representa o principal produto do agronegócio, mesmo diante de uma crise econômica e social que assusta o País de Sul a Norte. O setor corresponde por 50% da economia do Estado, exportando carne in natura para 32 países, o que pesa bastante na balança. Rondônia é o Estado das oportunidades, mas ainda tem muitos desafios pela frente e muito espaço para conquistar.

 

Governador Confúcio Moura e parte de sua equipe de governo na 4ª edição da Rondônia Rural Show realizada no mês de maio deste ano em Ji-Paraná. O evento é considerado a maior feira do agronegício da região norte do Brasil.


 

Voltando ao passado


Na década de 1940, Getúlio Vargas descobriu que essa região até então decadente, isolada por falta de estradas, insalubre e com doenças tropicais, poderia se transformar em uma área produtiva, em verdadeiro celeiro em termos de produção agropecuária. Na verdade os coronéis da borracha, os construtores da estrada de Ferro Madeira-Mamoré e o Marechal Rondon nunca estimularam e nem tiveram agricultura e pecuária como prioridade na região, talvez por isso ela demorou tanto tempo para acordar e encontrar sua vocação.

 

Como era de seu costume, Getúlio Vargas, no pequeno vilarejo de Porto Velho, perdido no interior da Amazônia, falou pouco e ouviu muito. Caminhou filosofando pelas margens do rio Madeira, escuto histórias de pescadores queimados pelo sol da Amazônia, maltrapilhos, pés descalços, mas conformados e felizes diante de um visitante ilustre, que se deixava fotografar cercado pelas damas da sociedade local, e sabia ouvir seus reclames. Vargas partiu daqui convicto que necessitava modificar a realidade daquele povo bom, triste e sem perspectivas. O ponto de partida para a criação do Território do Guaporé.

 

Na noite de seu retorno de Porto Velho, ele teria comentado com a filha Alzira Vargas, que estava impressionado com o que viu e sentiu naquela parte da Amazônia. Era de seu hábito também sentar a cabeceira de uma mesa, solitário, em silêncio, soltando longas baforadas de seu inseparável charuto. Para ela estava claro que o presidente retornou chocado com o estado de miserabilidade que vivia a Amazônia.

 

Ao ser alertado pela filha que o jantar estava servido, Getúlio Vargas levantou a cabeça e balbuciou: “filha preciso fazer alguma coisa por aquele povo sofrido que vive na Amazônia”. Alzira teria respondido: “Faças pai, tu tens o nosso apoio”. Essa resposta positiva, mesmo que de maneira indireta, estava abrindo uma janela na direção dos primeiros passos para abertura de uma vasta área na Amazônia, que pouco mais de meio século viria se tornar em grande Estado produtor de gêneros de primeira necessidade.

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